Rodando Linux de Dentro do Windows: Máquina Virtual

Não é de hoje que usuários iniciantes, ou mesmo programadores multi-plataformas, buscam maneiras rápidas e descomplicadas de acessar a sua distribuição Linux favorita sem ter que formatar/reformatar todo o HD, particioná-lo ou efetuar uma inicialização dual (dois ou mais sistemas operacionais fisicamente instalados) com o MS Windows.

É claro que atualmente boa parte das distribuições Linux mais populares possuem versões que rodam diretamente de um CD (Live-CD) e, que neste caso, o usuário pode se dar o luxo de nem ao menos ter um HD na máquina para rodar/usar sua distro favorita. Mesmo quando o equipamento possui um HD, esse é “desconsiderado” no que se diz respeito a mecanismos de acesso (no máximo os volumes/partições são mapeadas, como ocorre com o Kurumin Linux). Contudo, mesmo nestes casos existe o agravante do sistema operacional estar sendo rodado através de um CD-R que não permite escrita em tempo de execução (problemas para programadores, que precisam escrever, mudar arquivos diretamente na base operacional, por exemplo) e que obriga o usuário a reiniciar o equipamento (no caso do usuário estar utilizando o MS Windows).

Uma métrica muito interessante para se resolver a problemática é a utilização de máquinas virtuais. A grosso modo, uma máquina virtual pode ser definida como um “PC Virtual”, completo (com BIOS, HD, CD-ROM, memória, som, rede, modem, etc…), emulado via software. E é aqui que esse pequeno post pretende concentrar seus esforços!!!

Você pode ter uma máquina virtual de forma extremamente rápida, com alta qualidade e de maneira totalmente descomplicada no seu MS Windows, para instalar/rodar de dentro da versão do seu Windows quaisquer outros sistemas operacionais compatíveis. Você pode por exemplo, instalar e posteriormente rodar o MS Windows 98 de dentro do seu MS Windows XP (esse sim, fisicamente instalado). Ou pode rodar o MS Windows XP de dentro do MS Windows Vista, ou, conforme escopo deste post, rodar Linux dentro do seu MS Windows XP (tudo por conta da sua imaginação e necessidade).

Existem vários bons softwares para se fazer esse trabalho, alguns são gratuitos outros pagos. Os dois principais, para ambiente MS Windows, são o VMWare e o Microsoft Virtual PC. Ambos os softwares tem suas distinções técnicas e “defensores” fervorosos. Sem entrar no mérito da questão, aproveitando o lançamento rececente da versão 2007 (que é gratuita), vou abordar aqui o MS Virtual PC.

A idéia básica, conforme já abordamos nos parágrafos acima é criar um computador, um PC realmente completo, porém que só existe virtualmente. O MS Virutal PC faz esse trabalho de uma forma muito eficaz. Aliás, em alguns testes (para algumas aplicações) se mostrou até um pouco mais rápido que o próprio VMWare, com uma integração mais visível junto ao Windows. Após instalar o VPC, basta adicionar uma nova máquina virtual. Seguindo os passos do assistente de adicionamento de máquina virtual, você vai precisar escolher um nome identificador para esse “novo computador” e configurar algumas características básicas do mesmo. O VPC 2007 já vem praticamente “acertado” por default, mas valem aqui duas dicas. A primeira é quanto a memória RAM: Na prática aqui você defini quanto da memória principal do equipamento o “novo computador” vai usar quando estiver rodando. Se a idéia é instalar nesse “novo computador” uma das várias distruições Linux do mercado ou mesmo uma versão do MS Windows 98, procure mudar o default (que é 128MB) para pelo menos uns 300MB. Já se o objetivo é instalar o MS Windows Vista na máquina virtual, não deixe menos que 1GB (nesse caso, o seu PC, fisicamente falando, vai precisar ter mais do que isso disponível, obviamente).

Outra configuração importante é setar quanto de HD (virtual) esse equipamento vai ter. No meu caso, defini o HD virtual com 20GB (esse espaço deve existir, estar disponível no HD real, fisicamente falando… afinal a máquina virtual usa uma pasta, numa partição como se fosse um HD independente). É óbvio que tanto a memória RAM quanto o tamanho do HD virtual devem variar de acordo com a necessidade. No meu caso, como utilizei a máquina virtual para instalar a distribuição Dam Small Linux (uma distrubição extramemente pequena, com cerca de 50MB, baseada no Debian e no esquema de diagnóstico de hardware do Knoppix), o montante setado é mais que suficiente. Além disso a máquina virtual entende (utiliza como base os próprios drivers do MS Windows) a sua placa de som, rede, portas de comunicação, etc…

Como é possível se observar nas figuras acima, após configurada, a máquina virtual é um computador comum, normal, com suporte a setup e tudo mais (obviamente que os dispositivos identificados no setup referem-se aos setados na configuração do Virtual PC: CD-ROM, HD, Memória, etc…). Basta setar o boot para o CD-ROM, por exemplo e inciar a instalação normalmente, como se fosse instalar o respectivo sistema operacional num equipamento físico, real.

No caso de uma distruição Linux, o HD virtual poderá ser paricionado normalmente. Inclusive com suporte a partições do tipo NTFS, Ext2, ReiserFS, FAT, etc… Além disso, você poderá instalar programas, configurar a rede (de forma independente ao seu sistema operacional MS Windows), ouvir suas músicas, compartilhar arquivos, instalar impressoras e tudo mais que faria em um PC isolado, fisicamente destinado somente a esse fim.

Deve ficar claro que você pode ter várias máquinas virtuais, todas gerenciadas pelo mesmo Virtual PC 2007. Você, pode por exemplo, criar uma máquina virtual para instalar/rodar o MS Windows 98, outra para o MS DOS 6.22, outra para o Ubuntu Linux e outra ainda para o Kurumin. Uma outra possibilidade é criar apenas uma única máquina virtual e configurar mais de um sistema operacional através do mecanismo de inicialização dual (mais de um sistema operacional no mesmo HD). Resumindo, a sua imaginação e necessidade é que são os limites!!!