Depois de já ter sido aprovado pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), agora o regulamento que descreve metodologias e formatos do PLC ou BLP, foi aprovado também pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). É provável que no dia de hoje você esteja se perguntando, mas afinal, o que é este “troço” de PLC que encabeçou boa parte dos sites e blogs especializados nesta semana? Porque está todo mundo falando nisso como se fosse uma espécie de “cura da influenza H1N1” (este sim, um assunto que já se tornou massante)?
Matéria do Olhar Digital falando sobre o PLC
Na prática, a aprovação por parte das duas agências relugamentadoras do país em relação as regras que irão reger a adoção do PLC, tanto do ponto de vista tecnológico quanto social, é muito importante. Antes de continuarmos a relatar o fato que também foi amplamente coberto por portais especializados (caso da Folha Tecnologia e do IT Web), acho importante debatermos brevemente aqui o que vem a ser de fato o PLC. O Power Line Communications (PLC), é uma tecnologia/metodologia que permite a transmissão de dados pela rede elétrica. Exatamente isso mesmo que você está lendo e pensando, neste contexto, esqueça o que diz a norma EIA/TIA sobre evitar cruzar infra-estruturas de transmissão de dados com energia elétrica (principalmente em cabeamento UTP e radio de baixa frequência).
Do ponto de vista técnico, haja vista as considerações feitas neste mesmo texto, é um fato bastante importante porque faz o caminho contrário do que o “senso comum” e até mesmo normas da engenharia pregam até então. Já no contexto social, é mais relevante ainda, porque pode vir a ser a tecnologia que vai permitir a democratização do acesso a internet de forma efetiva, afinal a energia elétrica chega em lugares onde a existência de um link de conexão seria improvável (comunidades rurais, por exemplo). De acordo com a IT Web, as concessionárias de energia deverão criar uma empresa subsidiária para ofertar o serviço. A agência também prevê que as receitas obtidas pelas concessionárias de energia com o aluguel dos fios para as empresas de internet serão revertidas para a redução de tarifas de eletricidade.
Calma, nem tudo são flores e nem “tão simples quanto diz o manual”. O PLC ainda está longe de ser um padrão comercial popular, um produto 100% estável. Embora não seja uma tecnologia nova, muito pelo contrário, em Santa Catarina e São Paulo algumas companhias vem desenvolvendo e testando dispositivos desde 2001, o modem BLP ligado diretamente à rede elétrica e, hardware obrigatório na ponta do usuário, bem como, a bridge (parte da infra-estrtura da fornecedora que ficará nos postes – veja um draft aqui de como fica a topologia física) ainda são bem caros e nada comuns. De todo modo, isso não tira o mérito da aprovação, nem tão pouco da tecnologia em si.