Nesta última semana a Google causou mais um frenesi no mercado de TI ao anunciar a versão preliminar do seu sistema operacional para netbooks. O Chrome OS, até agora, é basicamente uma distribuição Linux minimalista que roda apenas o Chrome (navegador) e os executivos da gigante da internet garantem que o SO não tem a menor pretensão de se tornar um padrão para desktops, servidores ou outros dispositivos que rodam aplicações tradicionais (GUI).
Segundo Eitan Bencuya (responsável pelo projeto em entrevista ao IDG Now), “O uso primário do Chrome OS é para estar online. Atualmente, você pode executar arquivos (como músicas, vídeos e fotos) de cartões SD e pen drives quando está offline. Adicionalmente, aplicações online que usem HTML 5 funcionarão como esperado quando não houver conexão”.
Além de disponibilizar o código-fonte do Chrome OS livremente na internet, a Google anunciou que a Canonical (empresa que desenvolve o Ubuntu Linux) está fortemente envolvida no desenvolvimento do novo sistema operacional (que deve ter uma versão final somente no último semestre de 2010). A Canonical, por sua vez, foi logo deixando claro que Chrome OS não é Ubuntu – são projetos técnica e filosoficamente diferentes.
De acordo com o Br-Linux.org,
… hoje o Adilson Oliveira, um dos brasileiros atuando em funções tecnológicas na Canonical, deu o detalhe que faltava sobre a base da distribuição: “Sim, é verdade, o Google Chrome é baseado no Ubuntu e a Canonical tem trabalhado neste projeto há algum tempo. Quem quiser ler a posição oficial (em Inglês), aqui está. Só fico chateado por não ter sido eu a contar a novidade :)”
E como o comunicado da Canonical está em inglês, vamos a um resumo interpretado: eles parabenizam o Google pela decisão de traalhar de forma aberta, informam que já testemunharam esta abertura em eventos recentes com participação franca de desenvolvedores do Chrome OS, e confirmam que estão contribuindo tecnologicamente com o sistema, sob contrato.
O aspecto que mais me chamou a atenção, no testemunho da Canonical, é sua descrição da atitude dos desenvolvedores do Chrome OS, bem diferente da que vemos em algumas distribuições do mercado: sua intenção é se basear o máximo possível na tecnologia existente (contribuindo aos desenvolvedores as mudanças que fizerem), minimizando as reinvenções de roda. Este tipo de atitude, que é de mão dupla, maximiza os benefícios para todos, e por isso merece meu aplauso – ao contrário de quem fica reinventando a roda pensando que isso será um diferencial.
Outro aspecto interessante, por falar em diferencial, é a identidade dos 2 produtos envolvidos: Chrome OS não é Ubuntu, e as empresas não querem que ninguém pense outra coisa. A Canonical informa que os 2 produtos (Ubuntu e Chrome OS) compartilharão uma série de componentes, mas terão identidades bem diferentes – o Chrome OS, do Google com apoio tecnológico da Canonical, rodando nos dispositivos web que o Google definir, e o Ubuntu continuando seu roteiro, nos desktops de quem tiver interesse em usá-lo, rodando aplicativos da forma tradicional, e não apenas via web como é a proposta do Chrome OS.
Para saber mais, leita também:
- http://www.chromium.org/
- http://br-linux.org/2009/chrome-os-codigo-do-sistema-operacional-do-google-ja-esta-aberto-e-disponivel/
- http://www.guiadohardware.net/noticias/2009-11/4B05BB29.html
- http://www.meiobit.com/conhe-a-o-chrome-os-o-sistema-operacional-do-google
- http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2009/07/08/google-ja-fechou-acordo-com-fabricantes-para-uso-do-sistema-chrome/