O GNU HURD (e não GNU/HURD, que é outra coisa) é o projeto iniciado em 1984 (aproximadamente 7 anos antes do Linux) com o objetivo de ser o kernel do sistema GNU. Sua promessa era tida como revolucionária na época: um conjunto de daemons rodando sobre um microkernel que pretendia superar o desempenho dos kernels monolíticos dos sistemas Unix tradicionais, com mais segurança, liberdade e flexibilidade para seus usuários.
O longo artigo em 3 páginas do The H apresenta as várias reviravoltas pelas quais o projeto passou desde então, os diferentes grupos que hoje procuram oferecer distribuições de software livre adotando o Hurd como seu kernel (e o estado em que se encontram), comentários de desenvolvedores do Hurd e de outros kernels, e muito mais.
Vários detalhes interessantes constam no texto, como a existência de outros sistemas operacionais que fizeram a mesma opção do projeto Hurd por se basear no microkernel Mach, mas já chegaram a lançar um produto destinado a usuários finais (como kernel do OpenSTEP e o XNU, kernel do Mac OS X), ou o ceticismo inicial da FSF sobre as capacidades do kernel Linux, que hoje baseia uma série de sistemas que ela prefere chamar de GNU/Linux.
Várias das passagens cronológicas também são pontuadas com citações do criador do projeto (o bom doutor Richard Stallman), seja indiretamente – como na narração da razão pela qual ele desejava inicialmente que o nome do kernel fosse Alix – ou mesmo diretamente, com a reprodução do seu comentário sobre o que vê como uma possível “maneira irônica de falhar” caso o sistema alcançasse a popularidade mas não a conscientização sobre seus motivos, base comum que tenho visto ser usada quando alguém busca por alguma razão oferecer explicações sobre a base instalada do HURD e sua popularidade enquanto o sistema se aproxima dos seus 30 anos.
Fonte: Br-Linux.org