O mercado de tecnologia sempre foi feroz. Desde o meio da década de 70, quando a IBM e HP tiveram seus monopólios ameaçados pelas, então recém fundadas, Apple e Microsoft, o Vale do Silício é uma verdadeira arena sangrenta – Onde batalhas cada vez mais acirradas acontecem a cada lançamento de um novo produto. Hoje as protagonistas desta guerra são as companhias que conseguiram liderar o mercado ao entorno da Internet. Google, Apple e Microsoft se esfacelam publicamente pela disputa da atenção e do dinheiro, claro, dos consumidores de gadgets voltados para a conectividade móvel.
A prova cabal disso tudo, foram os eventos propositalmente sincronizados que a Apple e a Microsoft realizaram nesta semana. Enquanto a Microsoft fazia a única coisa que lhe restava, para se manter viva e competitiva neste mercado implacável, lançando o seu Tablet Surface ao mesmo tempo em que apresentava oficialmente o seu novo Windows 8; a Apple, quebrando suas próprias regras sobre não realizar lançamentos muito próximos (há cerca de 1 mês a Apple lançava o iPhone 5 e uma nova linha de iPods), apresentou o seu iPad-Mini.
Comercial oficial de lançamento do Windows 8!
Além de dar uma resposta imediata à Microsoft, do tipo: “Ei, você chegou agora no ônibus e já quer sentar na janelinha?!?”, a Apple também não quer perder terreno para a Google (que entra cada vez mais forte no mercado de tablets e computação móvel em geral – com o seu Nexus7 – portátil feito em parceria com a Asus) e até mesmo para a Amazon, que lançou à pouco o seu Kindle Fire. Na prática, neste mercado não há nenhum mocinho e cada um usa (todas) as armas que tem.
A Apple sempre teve pedigree, é a empresa de tecnologia mais inovadora do mundo (principalmente no campo dos gadgets). A Google domina a Internet e sempre primeiro atira, depois desenha o alvo. Já em relação a Microsoft, ninguém pode duvidar de uma empresa que tem todo poderio bélico que todos já conhecemos. Ela possui muita capacidade de investimento, muitos profissionais de qualidade e, mesmo saindo atrás (em qualquer segmento que resolva disputar), é capaz de chegar em pé de igualdade com seus concorrentes.
Diante de todo este cenário e dos últimos acontecimentos, é quase impossível dizer qual das 3 empresas (claro, temos outras tantas correndo por fora, hoje como coadjuvantes) vai conseguir abocanhar mais do mercado de tecnologia móvel. A única coisa que fica clara, é que não estamos mais na era dos computadores, estamos sim na era da computacionalidade. Quem conseguir satisfazer melhor seus consumidores, entregando produtos mais completos e convergentes, deve conseguir fidelizá-los e, por consequente, se manter na vanguarda.
Agora é esperar pra ver as cenas dos próximos capítulos! 😉
Atualização 05/11/2012: Abordando uma temática muito parecida com a deste post, o jornalista do O Globo, Sérgio Matsuura, escreveu um excelente texto na sua coluna no caderno de economia. O artigo, recheado de muitos dados e citações interessantes, ilustra muito bem o atual momento da computação móvel e do setor tecnológico em si, sob o prisma das principais companhias do mundo. Durante a coluna, o Sérgio fez questão de citar meu nome, o que me deixou obviamente muito honrado. Vale leitura! 😀