A Canonical segue firme na vanguarda do desenvolvimento e evolução do Linux para endpoints. Sem esquecer do inegável market share da Red Hat e da Suse (Novel) Linux no campo dos servidores corporativos, é preciso reconhecer que a companhia fundada por Mark Shuttleworth é a empresa mais inovadora e mercadologicamente agressiva no universo open-source.
Considerada por vários entusiastas do Software Livre uma “traidora do movimento”, a Canonical projeta cada lançamento do seu Ubuntu Linux sempre de olho no que o mercado de tecnologia sinaliza. Prova disso, foi a “briga” que comprou junto à boa parte dos usuários da sua distro Linux quando iniciou o desenvolvimento do seu novo ambiente gráfico (gerenciador de janelas), o Unity, em detrimento dos velhos conhecidos GNOME e KDE.
Entretanto, o anúncio de ontem da versão mobile do Ubuntu, justifica não só o Unity como outras medidas (algumas delas ainda mais impopulares – caso da inclusão da webapp da Amazon, por exemplo) tomadas pela Canonical durante as últimas definições nos rumos do Ubuntu. O “Ubuntu for Smartphones” não tem relação com o Ubuntu for Android, que continua em desenvolvimento – Trata-se sim, de uma distro Linux completa compilada para ARM com um ambiente de trabalho criado do zero para telefones.
De acordo com o Hardware.com.br,
A base do sistema é exatamente a mesma do desktop ou servidor: todos os serviços tradicionais do ambiente Linux estão lá. O sistema pode ser gerenciado com ferramentas de acesso remoto, por exemplo. Ao ser conectado a um dock ou monitor, temos o tradicional Unity com os aplicativos desktop: um celular e desktop tudo-em-um.
Embora ainda não tenha anunciado parceiros comerciais para o telefone, a ideia da Canonical é finalizar o desenvolvimento da primeira versão em 2014. Imagens de desenvolvimento serão lançadas até lá para alguns modelos de aparelhos existentes. Há um grande esforço em tornar o Ubuntu o mais compatível possível com a safra de aparelhos Android atuais, tanto a nível de requisitos como de drivers. Uma imagem de teste para o Galaxy Nexus deverá ser liberada em breve.
Se o telefone roda Android e pode receber imagens de sistemas personalizados, muito provavelmente ele poderá rodar o Ubuntu. Na prática a existência de uma versão compatível com seu aparelho dependerá dos desenvolvedores e voluntários interessados. É de se esperar uma comunidade parecida com as de ROMs personalizadas do Android.
Polêmicas à parte, a Canonical vem dando passos importantes no sentido de popularizar ainda mais o Linux nos gadgets e já pode ser considerada uma concorrente em potencial à Apple, Microsoft e até mesmo Google (em função do Android) neste quesito. Agora é esperar os próximos e eventuais lançamentos e novidades. Tudo indica que deveremos ver em breve o Ubuntu em tablets e smart TVs.