Partilho da idéia de que o “melhor hacker e/ou cracker do mundo” jamais será conhecido. Precisamos convir que esta afirmação é no mínimo muito lógica, já que hacker famoso pode ser considerado sinônimo de hacker ruim ou hacker pego. Sem entrar no mérito da questão entre as diferenças conceituais dos termos “hacker” e “cracker”, muito menos questionar a importância do Sr. Kevin Mitnick para a área da segurança da informação, é estranho ver uma figura outrora reconhecida pelo comportamento anarquista, agora de terno, gravata e visivelmente muito bem alimentado, falando como um legítimo executivo do vale do silício.
Antes que bravios comecem a pipocar nos comentários deste post, gostaria de salientar que o parágrafo acima não é uma crítica a figura do Mitnick, tão pouco, a iniciativa de trazê-lo para um evento. Trata-se apenas de uma reflexão totalmente pessoal sobre como “as coisas mudam”, o tempo todo. Nesta última terça-feira, cerca de 6 mil pessoas que participam do Campus Party em SP se amontoaram na sala principal do evento para ouvir Kevin Mitnick falar sobre o tema que inclusive lhe rendeu um livro, “Engenharia Social: A arte de enganar”.
Reconhecido como o “ex-hacker mais famoso do mundo”, Mitnick hoje em dia ganha dinheiro (aliás, muito dinheiro) como consultor de segurança, parte pelo seu inquestionável mérito técnico, parte pela fama conquistada na década de 80 e ilustrada até mesmo em filme. Por isso, como diria um velho profeta, “irmãs e irmãos, jamais digam: desta água não beberei”. 🙂
Saiba mais sobre a participação de Kevin Mitnick no Campus Party 2010: