Como ‘quase’ todo mundo sabe, hoje (19/10) é o Dia do Profissional de TI. Embora seja uma data teoricamente comemorativa, não há muito o que se comemorar no Brasil. Além do momento econômico ser altamente desfavorável à área, justamente em função das importações e dos preços de softwares normalmente atrelados ao dólar, recentemente fomos brindados com dados de uma pesquisa que só escancara uma realidade brasileira. Os profissionais de TI são muito desvalorizados na sua grande maioria!
Apenas para citar alguns dados da pesquisa,
Cerca de três quartos dos usuários finais (68%) atribui maior importância à tecnologia à qual os profissionais de TI prestam suporte no local de trabalho – como telefones, computadores e softwares – do que ao pessoal.
…três a cada cinco profissionais de TI (62%) se sentem no máximo moderadamente valorizados por seus empregadores por sua contribuição única para a empresa, sendo que mais de um quarto (27%) sentem que são de apenas ligeiramente valorizados a nem um pouco valorizados. Quatro a cada cinco profissionais de TI (83%) sentem que merecem maior remuneração do que a que recebem atualmente, sendo que um terço (35%) afirma que acredita merecer pelo menos 21% a mais. E, por fim, a maioria dos profissionais de TI (61%) se preocupa com a estabilidade no emprego.
Se de um lado há uma demanda grande por profissionais da área, do outro, há também um descontentamento gigantesco por quem se dedica à ela. E a questão nem é apenas a remuneração média, mas especialmente o ‘valor percebido’ que gestores e usuários finais tem acerca deste tipo de profissional.
É verdade que muito desta culpa recai sobre os ombros de nós mesmos, quando por vários motivos prostituímos nossa própria área de atuação e não nos qualificamos suficientemente para sairmos ‘da vala comum’. Mas o mercado brasileiro de TI (ainda considerado jovem em comparação a outras áreas do conhecimento humano) e as próprias lideranças nas organizações, que ainda não compreendem direito a importância estratégica da TI nos seus negócios, são os outros vilões.
Talvez a criação de uma entidade de classe (assunto altamente polêmico) no Brasil seja a solução prática para normatizar e moralizar o mercado de TI. Talvez se transforme em apenas mais uma burocracia inútil. De qualquer forma, algo precisa ser feito no sentido de separar claramente os bons dos maus profissionais e, consequentemente, valorizar o trigo em detrimento do joio. Mas este é assunto para um próximo post!