FISL 2008 – 1° Dia (17/04)

Finalmente de volta ao hotel, em mais um dia típico de FISL, conseguimos postar as novidades do primeiro dia de evento. Como sempre, participar do FISL é, antes de qualquer coisa, uma maratona que exige absoluta disposição e preparo físico para aguentar cerca de 12 horas de palestras, bate-papos informais e discussões técnicas e filosóficas. Depois de chegarmos com 20 minutos de antecedência em relação ao horário pré-estabelecido para o início das atividades matutinas do fórum, nos demos conta de que o credenciamento iria ser uma tarefa que exigiria muita paciência. Com mais de 6.600 participantes inscritos, as filas logo no início da manhã para retirarmos as credenciais e o material de acompanhamento do evento eram absurdamente grandes e o processo, a exemplo de anos anteriores, era mais lento do que o desejável, por assim dizer. Aliás, fica aqui, quem sabe, uma sugestão para a CCO do evento no sentido de pensarmos juntos numa forma de automatizar este processo e agilizar a entrada dos inscritos previamente (os que já se inscreveram pela internet, pagaram sua inscrição e receberam a confirmação on-line… quem sabe um pré-checking?!?!!).

Fila para credenciamento na entrada do evento (às 11:40 horas da manhã)

Finalmente dentro do centro de eventos da PUC/RS (como sempre, excelente), partimos para o acompanhamento das palestras de antemão selecionadas na grade oficial de programação do FISL. Pessoalmente estive observando um certo decréscimo no que se refere ao nível técnico das palestras em geral. Não quero ser generalista ou quem sabe até mesmo saudosista, mas acredito que o FISL já teve seus tempos mais geek (nos tempos quem que o Piter Punk subia ao palco para demonstrar alguns bits escovados há minutos antes 🙂 ). Mas isso não significa em hipótese alguma que o fórum perdeu relevância dentro do cenário mundial do software livre, ao contrário. Observando o perfil dos participantes, o enfoque das palestras e até mesmo os stands dos expositores, é possível perceber que o software de código aberto realmente se profissionalizou no Brasil. Isso significa que palestras absolutamente técnicas acabaram dando lugar para falas mais genéricas e com enfoque em negócios e resultados!

Palestra do Alexandre

A primeira palestra da manhã que acompanhei foi a do Alexandre de Barros Barreto. Na sua fala o Alexandre abordou a organização da comunidade Asterisk Brasil enquanto fundação. Na prática a idéia da palestra era levantar junto a comunidade que desenvolve e utiliza o Asterisk os prós e contras de se fomentar uma fundação formal em torno da manutenção e inserção de códigos para a ferramenta. Somos a segunda comunidade nacional de Asterisk, em número de integrantes, do mundo. Porém, embora muitas iniciativas estejam sendo desenvolvidas, ao que parece, boa parte delas estão desencontradas e grande parte dos desenvolvedores nacionais não se conhecem nem trocam informações acerca de suas idéias e projetos. A idéia foi amplamente aceita e a discussão continuará na lista do AsteriskBrasil.org.

Palestra do Fabrício

Na seqüência tive a oportunidade de presenciar o lançamento oficial do OpenSICAST, uma ferramenta desenvolvida sob uma pilha de aplicações e em JAVA, pela NIC.br, como intuito gerenciar um contact center movido à Asterisk. A palestra foi ministrada pelo Fabrício Raupp Tamusiunas (um dos desenvolvedores da ferramenta) e, confesso ter ficado impressionado com o nível em que a ferramenta se encontra, seus recursos e possibilidades. Em breve, espero poder testá-la em cases de clientes com contact centers que justifiquem sua utilização.

Palestra do Eduardo

Outra palestra que pessoalmente me chamou a atenção, não pelo seu cunho técnico, mas sim pela abordagem dada ao assunto, foi a fala do professor Eduardo Pallenda (da PUC/RS), que abordou a temática: “TV Digital, Ginga e o novo jornalismo”. Foi interessante discutir junto aos profissionais de comunicação outros aspectos tão ou mais importantes que os tecnicamente relevantes quando o assunto é o formato de TV digital no Brasil.

Outra fala, sempre interessante em eventos da comunidade, foi a do professor Paulo Ricardo Zanoni – da equipe de desenvolvimento do projeto multi-terminais da Celepar. Contando sobre os desafios e complexidades do projeto, bem como, comprovando o resultado da distro que roda em mais de 2.100 escolas no estado do Paraná, o Paulo conseguiu envolver a platéia que lotou a sala 41C do centro de eventos da PUC/RS (impressionamente como o tema aguça a cuiriosidade de muitas pessoas ainda.. aqui mesmo no JACK.eti.br o tema já foi abordado).

Por fim, uma palestra que chamou a atenção e envolveu a platéia em que pessoalmente eu também me encontrava, foi a ministrada pelo Jair Silva, funcionário e gerente da área de software da Caixa Econômica Federal. Na oportunidade, o Jair conseguiu demonstrar claramente a economia astronômica e o sucesso técnico obtido quando a Caixa resolveu apostar no software livre em tarefas de alta criticidade e que exigem extrema disponibilidade. Não foi necessariamente uma fala técnica, mas trouxe ao conhecimento do público números impressionantes… como os 1,3 milhões de e-mails DIÁRIOS gerenciados pelo Postfix.

O que parece não ter mudado mesmo no FISL é o clima descontraído, informal mas propício para a troca de vivências e experiências. Por onde se queira olhar, há sempre alguém disputando uma tomada de energia elétrica, um ponto na rede cabeada de alguns stands ou um espaço nas disputadíssimas redes de acesso wi-fi. Bem, resumidamente, neste primeiro dia, o evento permeou-se pelos fatos e acontecimentos relatos neste post. Agora, às 00:42 horas da sexta-feira, posso afirmar que embora cansados, estamos com muitas expectativas para este segundo dia que já se iniciou! 🙂

Veja mais fotos deste primeiro dia de evento (ainda sem tê-las colocado em um álbum), aqui: http://www.jack.eti.br/www/arquivos/imagens/fisl9/fotos/1dia/