Mercado de tecnologia sofre com a falta de Inovação. Será?!?

É muito comum lermos sobre uma aparente falta de inovação por parte da indústria de alta tecnologia. Especialmente no campo dos gadgets, como é o caso dos smartphones e tablets. É verdade que nos últimos anos a evolução destes equipamentos se resumiu a upgrades de hardware, mas particularmente não concordo que a indústria esteja vivendo um marasmo tecnológico. Existem muitas coisas novas sendo criadas e tratadas em background.

Nos últimos 2 anos foram anunciadas uma série de novas tecnologias que, embora na sua grande maioria não tenham virado (ainda) produtos, demonstram que num futuro próximo teremos muitas inovações concretas neste campo. Só para fins de citação, conceitos e tecnologias como: Touchscreen tátil, tela flexível, pagamento por celular (Google Wallet X Visa), NFC (Near Field Communication) e baterias que se autorecarregam através de reações quânticas, são apenas alguns exemplos de inovações recentemente anunciadas pela indústria – todas elas com protótipos lançados.

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Então a pergunta é: Porque os fabricantes não lançam estas novidades no mercado? A resposta me parece estar neste excelente artigo, escrito pelo Sérgio Matssura, no Jornal O Globo do RJ, o qual tive o privilégio de participar enquanto entrevistado. O texto é muito feliz, na medida em que expõe visões holísticas e distintas sobre este mesmo tema. Abaixo reproduzo apenas um trecho da matéria,

… nem todos os analistas veem uma crise de inovação. O diretor de pesquisas para Dispositivos Móveis e Serviços de Nuvem da Gartner, Van Baker, explica que cada produto tem o seu período de maturação e são próprios da indústria de tecnologia ciclos de lançamentos. O iPod, por exemplo, chegou ao mercado em 2001. Apenas seis anos depois o iPhone foi apresentado. O iPad surgiu em 2010, três anos após o smartphone da Apple.

— A indústria de tecnologia passa por ciclos. Quando o iPhone foi lançado, ele foi revolucionário. Logo apareceram produtos concorrentes e, ao longo dos anos, ele foi melhorando — diz.

O diretor técnico da ConexTI Soluções, Jackson Laskoski, compartilha da mesma opinião. Pouco se viu de inovador nos últimos anos, apenas melhorias de hardware ou funções adicionais, como a câmera de 41 megapixels do Nokia 1020. Esse movimento, diz, é próprio do mercado, das estratégias das empresas líderes, que ainda não precisam de um novo gadget para ganhar (muito) dinheiro. Apesar da queda nos lucros, a Apple faturou US$ 35 bilhões em três meses. A Samsung, por sua vez, teve receita de US$ 51 bilhões.

Sempre que você inova, você arrisca. As empresas investem em novos produtos quando precisam enfrentar a concorrência ou abocanhar novos mercados, mas tanto a Apple como a Samsung estão ganhando muito dinheiro com o que oferecem hoje — avalia.

Pessoalmente, vejo as razões acima, junto com a “guerra fria” imposta por patentes nos EUA, como sendo os principais fatores que inibem o lançamento de inovações enquanto produtos. Ninguém está disposto a gastar com funcionalidades revolucionárias se os modelos atuais de gadgets estão vendendo bem. Nem tão pouco, arriscar a quebra de alguma patente e tornar qualquer lançamento um fiasco financeiro. Mais do que nunca, em time que está ganhando, não se mexe (não com frequência, pelo menos). 🙂