Spam é assunto sério. Esta afirmativa é tão verdadeira que configurar um servidor de e-mails coorporativo REALMENTE eficaz, com software livre ou proprietário, passou a ser um dos grandes desafios de qualquer administrador de redes. É verdade que existem várias ferramentas (tanto para os leitores de e-mails quanto para os MTAs) que auxiliam no controle e na minimização do impacto desta verdadeira praga digital, mas nenhuma delas é 100% eficaz. Dentre estas ferramentas, podemos destacar o SpamAssassin e o Dspam (ambos softwares livres) do lado servidor das aplicações e o filtro anti-spam do ThunderBird do lado cliente.
Entratando, por incrível que possa parecer, muitos servidores na internet não utilizam quaisquer mecanismos ou táticas de proteção contra spams. Isso obrigou a “sociedade virtual” a se organizar, de modo a introduzir listas independentes de cadastramento e gerenciamento de servidores mal configurados, com problemas técnicos ou que possuem usuários mal intencionados. Estas listas são conhecidas como BlackLists (listas negras) e, não raras vezes, mesmo tomando todos os cuidados possíveis, o seu servidor pode acabar relacionado em alguma delas. Como hoje em dia boa parte dos servidores mais criteriosos usam filtros de mensagens que baseiam-se nestas listas negras espalhadas pela internet, é comum que e-mails enviados por seus usuários passem a ser bloqueados de uma hora pra outra.
Tirar o seu servidor do cadastro de uma lista negra quase sempre é um processo burocrático e tedioso. Isso porque além de satisfazer os critérios da respectiva lista para o descadastramento, é necessário negociar diretamente com o administrador os passos necessários para concluir o processo. De todo modo, muitas vezes pior do que passar pelo transtorno de negociação junto as blacklists, é conseguir identificar em qual delas o seu domínio ou o endereço IP do seu servidor foi cadastrado, haja vista, que existem várias listas deste tipo pipocando pela internet. Algumas destas listas checam apenas o DNS Reverso do seu servidor, outras se ele possui algum filtro de mensagens implementado ou um firewall startado.
Mas acalme-se, apesar de parecer que este artigo está aqui apenas para apontar problemas, isso não é uma verdade absoluta :). Uma ferramenta bastante interessante para se auditar on-line as principais BlackLists da internet é o Openrbl. Um website que possui um client capaz de fazer uma pesquisa em várias listas negras ao mesmo tempo, classificando os resultados e possibilitando que o administrador possa interagir com o relatório. Ele provê inclusive que cada uma das ocorrências seja expandida, de modo a se verificar o motivo de uma eventual inserção do seu servidor (veja imagem acima). Sem dúvida alguma não é a única ferramenta do gênero disponível na rede, mas é a mais coesa que já trabalhei… além de ser gratuita, claro! 😉