Whatsapp off quase mata gente, mas deixa clara ignorância de juízes

Como quase todo ser vivo deve ter percebido, hoje a tarde o WhatsApp foi bloqueado novamente por determinação judicial no Brasil. Há muitos relatos de que em redes wi-fi, de provedores que não tem relação direta com as tele móveis (raros os casos), o aplicativo está funcionando normalmente. Já quem usa o app via plano de dados 3G, a maioria relata inoperância completa ou parcial.

O Telegram, o principal substituto do WhatsApp, recebeu tanta demanda na tarde de hoje que não aguentou o tranco de um dos públicos que mais “consome rede social no mundo” – Nós, claro, os brasileiros. Obviamente a infraestrutura por detrás dos aplicativos são completamente diferentes e a “jiripoca costuma piar” nestes casos.

idiota

De qualquer forma, neste episódio (a exemplo do anterior), o que mais me causa perplexidade são dois principais fatos:

  1. A falta completa de preparo do sistema judiciário do Brasil em relação a este tipo de demanda – que NÃO compreende o funcionamento de um mundo globalmente conectado e ao mesmo passo decide punir a maioria em função de meia dúzia de indivíduos envolvidos nos casos. Isso é no mínimo um absurdo sob a ótica dos direitos e deveres numa sociedade livre;
  2. A velocidade com que as teles aplicam este tipo de decisão judicial expedida por um juiz qualquer. É impressionante como este tipo de ordem judicial é sumariamente satisfeita sem qualquer questionamento ou demora. Existem boas ‘justificativas’ pra isso, mas a verdade é que, muito diferente do que acontece na maioria das ações do gênero que são encaminhadas às teles, neste caso lhes interessa bloquear um serviço que só lhe traz prejuízos. Vocês já pararam pra pensar quanto dinheiro as companhias perderam nos últimos anos com o WhatsApp? E não estou falando aqui somente em relação ao envio de SMS – mas também no que diz respeito as ligações por voz.

Particularmente este tipo de bloqueio me afeta muito pouco. Mas é óbvio que além dos ‘WhatsApp Dependentes’, existem muitas pessoas que utilizam o serviço na condução de questões profissionais e afins. De todas as questões envolvidas, gostaria mesmo que as duas acima fossem respondidas por alguém competente. Enquanto isso, vamos vivendo no país da confusão ‘life time’.